Os Cegos - Pieter Brueghel

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Resquícios pueris

Longos braços da madrugada
se debandam pra depois de amanhã
afogando o hoje em talvez
Ébrios de viciantes nãos
giramos ao sabor da nave
Mãe!
Encapsulados
tecemos teias de aranha estáticas
Em tempo:
- Colhíamos, pueris, o sol poente
E costumávamos ouvir
O solo de um sabiá -
sibilantes cancionetas
Palrávamos pirateando a estibordo
- aprendizes de faz-de-conta -
em tempestuoso barlavento
O que se perdeu no tempo
se dissolveu em brumas incensais
Saltimbancos em bandos
trouxeram entrementes
Sonhos
que deixamos para trás

Andrea Marques

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