Os Cegos - Pieter Brueghel

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Tempo


Às vezes tenho
tempo às vezes tempo
nem sempre
tenho
tempo corre foge
lança tantas horas
ao vento
tento fugir
mas o tempo escapa
entre os dedos
tempo lento
faz a volta
olha a hora!
- ainda está em
tempo.
Com o passar das horas
passarelamente
ando paralela
ao sabor do vento
Nem sempre solto
às vezes curto
é sempre assim:
acabou o tempo
Ando sem relógio
sem saber das horas
impróprias
de se fazer cachinhos
de falar bobagem
grito impropérios
ao sabor do vento
Quero que numa ventada
o tempo leve
o que eu já sofri
Tempo corre solto
às vezes é tão rápido
O tempo nunca pára
e o relógio corre parado
O tempo determina tudo
O que falamos o vento leva
o que somos o tempo leva
deixamos para trás apenas as impressões
a pessoalidade
quando se é importante
se fomos alguém na vida
o tempo não nos apaga
ao contrário
se passamos
como as páginas de um livro
em branco
o tempo é implacável
ali mesmo acabamos
antes mesmo de morrer

Andrea Marques

Nenhum comentário:

Postar um comentário

novas palavras